2009-03-08

MEMORIAL CONCURSO PARQUE TANCREDO NEVES


A cidade é um diagrama de forças
Invade, empurra, redireciona, agrega... aterra
O terreno em questão é um corpo
Atravessado
Reage ao criador
Artifício da intervenção nasce pela ação do homem
E sucumbe ao desalento... à solidão
Projetar mais que artifício é uma ação
Manifesta-se pela intervenção
Traçar uma linha é a busca da descoberta
Busca romper paradigmas
O eixo
O setor
Quer quebrar a visão determinística do lugar criado simplesmente pelo arquiteto
O projeto ambiciona a liberdade
A livre apropriação
A multiplicidade se manifesta no encontro com o outro
No encontro com o lugar
Lançamos mão dos eixos bidimensionais
Propomos alçar vôo
Movimentar o tectônico
Criar topografia
Conflitar o natural com o construído
A idéia é uma performance
Como se pegássemos uma escada e subíssemos
Redescobrindo o encoberto, o obstruído
Provemos uma visão do todo ... panóptica
Não no sentido de controle, mas de vislumbrar o heterotópico
Materializado na paisagem
Nos mares e morros que serpenteiam a baía
As sucessões de seções topográficas acenam para vislumbrar o todo
E acolher o indivíduo
Um dispositivo de descoberta
Os morros emprestam sombra e acomodam aos que querem ver o pôr-do-sol
Permite o evento enquanto arquibancada
E acesso às partes mais elevadas do programa
Uma hierarquia sutil que eleva e envolve os usos
Evita na medida do possível limites e barreiras
Materializadas por cercas e muros
Rompe o limite entre terra e água
Subtrai de margem
E adiciona à água
Re-relaciona terra com terra
Torna um só o elemento água
Mutante o significado de margem
E ineficaz a linha reta que racionaliza as distâncias
Entendemos o projeto como peles
Adicionamos superfícies, linhas e pontos
Recomunicando e resignificando o território
Interpolando possibilidades
E socializando o sítio como um todo.

06 dezembro 2006